

Crio para corpos. Para olhos. Para seres sensíveis.
Crio armaduras e adornos, janelas de sentidos.
Considero curvas, movimentos e contrastes.
Crio flores e pinceladas abstratas.
Pesquiso os ciclos, os movimentos dos caminhos de liberdade, o resgate do belo cru da natureza, plena, calma e firme.
A conexão com os sentidos, sem pena ou ênfase.
Do nascer à morte, da dor à transcendência.
Pesquiso no ancestral a sabedoria para reelaborar formatos no nosso tempo.
Minha inspiração vem do silêncio e do caos.
De tudo que os envolve.
Da harmonia sutil das pétalas à brutalidade firme das pedras.
Vem do doce do sangue e da imprevisibilidade dos ventos.
Procuro desenvolver uma estética sensível, minimalista, atemporal e quente.
Busco na ancestralidade indígena brasileira, africana e nas culturais orientais os encaixes anatômicos, formatos, performance e compreensão sobre energia, vida e arte.
Sobre múltiplas plataformas e de materiais simples, crio com papéis simples, pincéis, algodão cru, nanquim, linho, cerâmica, grafite, penas, agulhas e corpos.
Carina Caiê, 2020